O QUE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS PODE NOS ENSINAR SOBRE ATITUDE EMPREENDEDORA
Por: Christy Hauschild Schott e Prof. Me. Jean Marcos da Silva
Intrinsecamente ligada à ação, a atitude empreendedora compreende a um agente que possui a capacidade de se adequar a diferentes situações, valorizando as mudanças e aproveitando as oportunidades no momento certo. Como membro de uma sociedade, porém, esse agente não está blindado aos diversos fatores externos, responsáveis por alterar constantemente o contexto social ao qual o mesmo está inserido. Em um país de terceiro mundo, por exemplo, onde o desemprego e a fome estão em alta, a atitude empreendedora não se limita a querer e fazer, ao contrário do que correntes e instituições impulsionam a partir da falácia da meritocracia, sendo essa capacidade de adaptação por si só insuficiente.
Embora esse agente não possa deixar de lado a crença de que é capaz de produzir a sua própria realidade, essa postura acaba brutalmente suprimida em espaços onde há maior vulnerabilidade social, gerando uma espécie de monopolização da atitude empreendedora nas mãos daqueles que possuem maior poder econômico. No livro ‘A falácia do empreendedorismo’, de Gabriel Loureiro, utiliza-se gráficos do SEBRAE e de outras pesquisas para observar-se que de nada adianta um discurso incentivando o empreendedorismo se não forem apresentadas para a população políticas que facilitem e incentivem atitudes empreendedoras.
Entretanto, como visto na obra de Lewis Caroll, Alice no País das Maravilhas, constantemente somos colocados frente a grandes desafios, situações em que cabe a adoção de uma atitude empreendedora, para que possamos responder à altura, utilizando os desafios como motores no nosso desenvolvimento pessoal. Essa postura é observada na protagonista Alice, responsável por gerar impacto na realidade daqueles pelos quais ela passa, da mesma forma que esses personagens agregam valores à menina, promovendo uma mudança no pensamento e hábitos dos indivíduos daquele círculo social.
Dessa forma, se mostra inegável o impacto do contexto social no desenvolvimento de uma atitude empreendedora. No Brasil, por exemplo, registros em cartórios, pagamento de taxas ou outros processos burocráticos tornam-se mais barreiras para aqueles em situação vulnerável e que desejam se inserir no universo do empreendedorismo. Porém, derrubadas essas barreiras sociais, esse impacto pode não ser necessariamente negativo, uma vez que coloca à prova a capacidade empreendedora de um agente, testando a sua adaptação frente às adversidades e ressaltando o poder decorrente da adoção da crença em si mesmo, na capacidade de produção.